sexta-feira, abril 18, 2008

ERA UMA VEZ...





Era uma vez uma história que lemos, era uma vez uma história que vivemos, era uma vez uma história que nos contaram e era uma vez uma história que inventámos, apenas e somente porque com nenhuma das existentes nos identificávamos..

Esta é minha, é a minha forma de dizer Era uma vez......com a actualidade envolta em imaginação não perdendo por isso a intenção de transmitir um ideal.

...Em tempos longínquos vivia numa terra longe de tudo e perto do nada um Rei de nome Eterno pai de dois filhos o Príncipe Improviso e seu irmão ganancioso Príncipe Quotidiano.
Um dia o Rei adoeceu, e seu filho mais velho Quotidiano tomou conta de seu reino, e onde antes se bebia a alegria de um novo dia, passou a reinar a monotonia. O sol não mais mudou de tom, o azul do mar era sempre igual e ninguém se atrevia sequer a pintar nuvens no imaculado céu azul. Os aldeões executavam dia após dia as mesmas tarefas, percorriam os mesmos caminhos e seus sonhos passaram a ser fieis replicas de um sonho feito lei pelo novo Rei.

No átrio da Igreja, onde se erguia a Estátua do Tempo, já se via as brechas causadas pela falta de alegria do povo, ameaçando largar sua ira feita lenda, de que no dia em que mais não houvesse um futuro prometido, um sonho escondido ou um sorriso fugidio, da vasilha em seus braços deitada, lava sairia ..tornando todo o reino num manto devastado de um cinzento entranhado onde jamais nasceria qualquer tipo de vida!

Um dia chegou à cidade uma donzela, nas suas vestes ostentava malmequeres de sorrisos , em seus olhos trazia a luz do carinho e no seu cesto esperanças coloridas com pequeninas gotas de orvalho escondidas. As crianças corriam divertidas acompanhando seu caminho, e por onde passava logo o campo floria, deixando um rasto de alegria repleto de magia...
No entanto, o Príncipe Quotidiano, logo se começou a sentir indisposto....afinal tal donzela tinha tirado o seu obediente povo da rotina por si estipulada. Cego pela sua ira, ordenou que a Donzela dos Sorrisos fosse escondida na mais alta torre do castelo, longe do olhar de todos e onde seus cânticos de embalar não pudessem ser ouvidos nas horas tardias em que seu povo se iria deitar, não fossem tais notas os sonhos também eles presos acordar!
De seguida chamou a si o feiticeiro do palácio, conhecido pelas suas poções mágicas e seus sábios conselhos, esperando que entre seus livros e receitas uma houvesse que apagasse o arco-íris que teimava em nascer na torre de sua prisioneira. Na sua torre dos feitiços, o Feiticeiro se debruçou, com o ar cansado e triste, que a doença de seu Rei Eterno lhe deixou.

Mas o destino traiçoeiro, entre dois raios de sol espreitou, e entre o laranja e o amarelo de um arco-íris que criou, o sorriso da bela dama lhe mostrou.
Enfeitiçado ficou o feiticeiro, com tamanha ternura que encontrou, que guiado pelo desejo, ´sua dama procurou.
Entre as estrelas cadentes de seus olhos imensos, o sábio encontrou, a cura para o seu reino, que tanto procurou. Temendo não vir a tempo, uma viagem encetou, na busca de um malmequer que sua dama lhe indicou. Cruzou terras inférteis, do primo do Príncipe Quotidiano, Tédio de seu nome, cruzou as águas cálidas da Princesa Alma, atravessou os montes imensos do Rei Trovador, e finalmente chegou ao reino da Dama dos Sorrisos, o Reino da Primavera, onde o Outono tinha partido com o Inverno do ano que passou. Fechou os olhos, como sua dama lhe tinha mandado fazer e guiado pelo sonho que atrás de si deixou, depressa o malmequer das 12 pétalas encontrou.

O Rei Quotidiano, de tudo tentou, para que o Feiticeiro enfeitiçado não encontrasse tal flor. Mas a lava dos sonhos perdidos, da Estátua do tempo brotou, e o povo em pânico o Quotidiano quebrou, deixando mais uma vez, o reino sem trono.
O Príncipe Improviso, vendo seu pai tão sem vida, e seu povo sem Rei, ao reino retornou, encontrando no caminho o Feiticeiro que tudo lhe contou. Num acto de coragem o feiticeiro perante a estátua se ajoelhou e olhando sua dama na torre, a esta se declarou. Perante tão doces palavras a dama se emocionou e sua lágrima de alegria a fonte de lava tapou.
Como que por magia, o cinzento mudou e um manto verde de erva nas ruas se plantou. Com o rei curado, sua Rainha Eternidade voltou a brindar o seu povo com o carinho a que sempre o habituou.

E desde aquele dia, na Torre do Feiticeiro, ele e sua Dama, misturam seus sorrisos, para que cada noite tenha uma nova estrela no céu e cada uma delas seja a luz de um novo sonho.....Assim para sempre no reino se viveu alegria, se pintou o céu de todos os tons de azul e se comandou a vida de dia com os sonhos da noite.

(Era uma vez.......)
por justjoana

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